Sequestro de carbono e os microrganismos
- Natanael Leitão

- 21 de set. de 2022
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O sequestro de carbono da atmosfera passa obrigatoriamente pela modulação das populações de microrganismos. Responsáveis por 12% da biomassa terrestre, os microrganismos estão intrinsecamente ligados ao ciclo do carbono, participando ativamente da sua reciclagem e produção.

Nos ruminantes as bactérias são produtoras de metano. Com a digestão incompleta da matéria orgânica, os microrganismos mobilizam o hidrogênio livre no rumem junto com o carbono e ao invés de converterem em energia para o animal, a liberam na atmosfera em forma de metano. O Brasil possui o 2º maior rebanho bovino do mundo e produz anualmente 593 mi ton desse gás.
No solo são responsáveis pela produção de carbono orgânico biodisponível, mesmo representando apenas 5% da biomassa presente. Cerca de 80% do carbono estocado no ambiente terrestre está no solo na forma de carbono orgânico. Um aumento de apenas 0,4% na mobilização desse carbono pode produzir impactos significativos na redução do carbono atmosférico.
Em testes realizados pela Embrapa, o uso de feijão guandu (leguminosa cujas raízes formam relação mutualista com microrganismos) consorciado com capim para pastagem de ruminantes foi capaz de reduzir 70% na emissão de metano.
O manejo entre meio ambiente, animal e vegetal pode ter nos microrganismos do solo seu agente integrador, conforme já descrevi nesse texto sobre “one health”.
Originalmente publicado em: LinkedIn




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